quinta-feira, 10 de abril de 2014

Somos mendigos do tempo, sempre esperando que ele volte, ou pare. Sempre empacamos, só sabemos querer o nosso bem. Somos amantes da natureza, mas não damos valor a ela, somos pedaços do que restou do ódio e do amor. Somos pedaços querendo ser inteiros, somos inteiros sendo despedaçados. Somos orações e em cada oração só pedimos nosso bem, não sabemos repartir, somos egoístas. Somos o tempo, somos o vento. Somos, mas não sabemos como ser.”

Então a gente aprende. Que um tombo pode significar um belo recomeço. Que nada dói pra sempre. Que a fé é o melhor remédio, aliada ao tempo. Que o sol sempre vai brilhar e sempre teremos um ceu azul e uma noite estrelada para lembrarmos como a vida pode ser bonita... Que por pior que seja a noite, o dia sempre chega. E a cada dia, a tristeza diminui. Felicidade pode não ser eterna, mas o sofrimento também não é. E aprendemos que muitas coisas poderiam ser evitadas, se encarássemos a vida com um pouco mais de otimismo. Aprendemos que o amor próprio é essencial pra nossa felicidade, e que quem não nos dá valor não merece estar ao nosso lado. Com o tempo a gente aprende que a vida não é feita de uma pessoa, um sonho e um momento bom. Ela é feita de uma sucessão de momentos, de uma multidão de pessoas, e de força de vontade pra realizar nossos sonhos. Pessoas vão, pessoas ficam. E nós vamos seguindo, hora com vontade de desistir, hora com vontade de ganhar o mundo. E aprendendo sempre. E melhorando, se soubermos usar esse aprendizado. E chorando, e nos reerguendo, e buscando a tal felicidade, que é tão passageira se a buscarmos nos outros, e pode ser permanente, se a encontramos em nós... Aprende menina, chorar não muda nada, e sorrir, mesmo nos piores momentos, atrai as melhores energias e colore seu dia. E é de dias coloridos que a felicidade é feita.

Não tenho me identificado muito com ninguém. Mas tudo bem. Levei um tempo até entender que pode ser muito libertador não se sentir parte de nada.
Conforme o tempo passa, percebemos quantas batalhas teremos pela frente. Mas entendemos que nem todas exigem de nós a luta. Algumas pedem que nossas mãos deixem de lado as armas e estendam uma bandeira branca. Algumas batalhas são vencidas no silêncio. Compreendemos que, não importa o quão rígidos somos, confiaremos uma vez ou outra na pessoa errada. E que a pessoa certa nunca é quem esperamos. Quanto mais crescemos, mais vontade dá de voltar atrás, isso é inevitável. É que paramos de entender cada dia como uma chance a mais e passamos a vê-los como uma chance a menos. Menos 24 horas. Uma forma errada, eu sei, quando deveríamos atar esse enorme paradoxo que é viver: A cada manhã, já se foi mais uma oportunidade e, justamente por esse motivo, devemos fazer valer esta que nos surge diante dos olhos. Simples, não? Pois entendemos que ser feliz também é. Tanto quanto nos parece uma soma de dois algarismos. Acontece que, da mesma forma, um dia já vimos dificuldade no um mais um, até aprendermos de vez. Então não se preocupe tanto com a felicidade… um dia também saberá resolvê-la sem nem pensar. Então perceberá que ela sempre esteve dentro de ti, nos mais singelos gestos. Quanto mais passos damos em direção ao futuro, menos nos preocupamos com as opiniões alheias, simplesmente porque são alheias a nós. Se é dos outros, por que te interessaria? O que vale é o que sabemos de nós mesmos. Aprendemos que quase todos os nossos planos irão falhar. E que, na verdade, é aí que nos encontraremos: no errado que deu certo. Enxergamos, do fundo do nosso coração (sim, coração), que somos poeira estelar e, por isso, nem mesmo o céu é o limite. Dá para chegar bem mais longe, quando se tem fé. E que, por mais que algumas coisas pareçam ser em vão, nada pode ser tempo perdido pois, ainda que não sirva para nada, serviu de experiência. Entendemos que, em algumas ocasiões, virar a página não nos serve… muitas vezes é preciso trocar o livro. Há milhares de histórias para serem vividas, 7 bilhões de pessoas para conhecer, 195 países para visitar, 62 mares para navegar. E todo dia é um dia a menos. Ou a mais. Depende da sua sede por viver.